Capitulo1
Capitulo2
Capitulo3
Capitulo4
Capitulo5
Capitulo6
Capitulo7
Capitulo8
Capitulo2
Capitulo3
Capitulo11
Capitulo12
Capitulo13
Capitulo14
Capitulo15
Capitulo16
Capitulo17

Hipoglicemia é uma síndrome clínica, que surge por diversas causas, na qual baixos níveis de glicose plasmática acabam levando à neuroglicopenia. Os sintomas da hipoglicemia começam nos níveis plasmáticos de glicose de aproximadamente 60 mg/dL e o comprometimento da função cerebral começa nos níveis de aproximadamente 50 mg/dL. A taxa de decréscimo nos níveis plasmáticos de glicose não influencia a ocorrência de sintomas. Os sintomas de hipoglicemia foram classificados em dois grupos principais: autonômicos e neuroglicopênicos. Estudos experimentais identificaram os últimos como: tontura, confusão, dificuldade de fala, cefaléia, incapacidade de se concentrar, arrebatamento, fraqueza, confusão ou dificuldade em pensar, e fadiga ou sonolência. Numa análise retrospectiva de 60 pacientes com insulinoma, 85% dos pacientes apresentavam diversas combinações de diplopia, visão borrada, sudorese, palpitações e fraqueza; 80% apresentavam confusão ou comportamento anormal; 53% tiveram aminésia ou coma; e 12% tiveram convulsões generalizadas. Sintomas de hipoglicemia diferem entre os pacientes, mas são consistentes de um episódio a outro para cada paciente. Os sintomas não evoluem numa ordem cronológica consistente; os sintomas autonômicos (sudorese, tremores, ansiedade, palpitação, fome, zunidos) nem sempre precedem os sintomas neuroglicopênicos. Muitos pacientes apresentam apenas sintomas neuroglicopênicos. Pessoas com hipoglicemia recorrente podem desenvolver variados graus de não-percepção de hipoglicemia, análoga àquela observada em pessoas com diabetes insulino-dependente. Nenhum destes sintomas é específico de hipoglicemia; a presença de um outro sintoma pode estar relacionado a outras causas.

A classificação há muito estabelecida de hipoglicemia como por privação de comida (composta de doenças orgânicas e manifestada por sintomas neuroglicopênicos) ou estimulada por alimento (que surge de distúrbios funcionais e manifestada por sintomas autonômicos) não é mais útil. Pessoas com insulinomas, o arquétipo do distúrbio hipoglicêmico por privação de comida, podem ter sintomas depois de comer (e, em raros casos, somente neste momento), bem como durante um jejum. Pessoas com hipoglicemia artificial têm sintomas que ocorrem erraticamente e que são independentes da ingestão de alimento. As hipoglicemias estimuladas pelo alimento, como a galactosemia, intolerância hereditária à frutose e envenenamento por fruta ackee, resultam em sintomas neuroglicopênicos. Os distúrbios que supostamente originam de um distúrbio funcional da homeostase da glicose e que só produzem sintomas autonômicos — hipoglicemia funcional, hipoglicemia do diabetes inicial e hipoglicemia alimentar — foram postulados no teste oral de tolerância à glicose de 5 horas atualmente desacreditado e não têm corroboração científica.

Uma abordagem mais útil é uma classificação baseada nas características clínicas. Pessoas que parecem saudáveis são propensas a ter distúrbios hipoglicêmicos diferentes daqueles apresentados por pessoas enfermas. Pacientes hospitalizados encontram-se sob risco adicional de hipoglicemia, freqüentemente por fatores iatrogênicos. Pode ocorrer hipoglicemia por ingestão acidental de fármaco em pessoas sadias, administração incorreta de uma sulfoniluréia ou ações idiossincráticas de alguns dos fármacos usados para tratar pacientes gravemente enfermos. A ocorrência de hipoglicemia em um paciente com uma enfermidade que está sabidamente associada a esta afecção exige pouco, ou mesmo nenhuma, investigação de sua causa, apenas um reconhecimento da associação da doença com o risco de hipoglicemia. Pessoas aparentemente saudáveis de todas as idades e ambos os sexos encontram-se sob risco de insulinomas. Uma hipoglicemia artificial decorrente de insulina auto-administrada é freqüentemente encontrada em mulheres que trabalham do setor de assistência médica. Estes padrões clínicos facilitam o diagnóstico diferencial e ajudam a direcionar a avaliação diagnóstica. Pacientes assintomáticos têm hipoglicemia artefatual por causa de leucemia ou hemólise grave ou podem ter se adaptado à hipoglicemia vitalícia causada pela doença de depósito de glicogênio [1].

>> Sintomas, Classificação e Comportamento da Glicose nos Distúrbios Hipoglicêmicos  
>> Índices de Sobrevida e Recorrência  
>> Referências