Capitulo1
Capitulo2
Capitulo3
Capitulo4
Capitulo5
Capitulo6
Capitulo7
Capitulo8
Capitulo2
Capitulo3
Capitulo11
Capitulo12
Capitulo13
Capitulo14
Capitulo15
Capitulo16
Capitulo17

Diabetes tipo 1 é um distúrbio crônico resultante da destruição auto-imune das células b pancreáticas produtoras de insulina. São descritas as características epidemiológicas do diabetes tipo 1 e são ilustradas as possíveis contribuições da genética e do meio ambiente ao seu desenvolvimento. Além disto, com base em nosso melhor conhecimento da imunopatogênese deste distúrbio, apresentamos os trabalhos que prenunciam futuras intervenções voltadas para a prevenção.

A causa ou causas exatas do diabetes tipo 1 continuam incertas [1]. Ele ocorre mais freqüentemente em brancos de ascendência norte-européia, com uma diferença de mais de 40 vezes observada nos índices de incidência da doença com base em localização geográfica. Fatores ambientais, como dieta, estresse e vírus, foram propostos como fatores que desempenhariam um papel modificador e, talvez, até primário no desenvolvimento do diabetes tipo 1. Portanto, estes fatores podem contribuir para sua variada prevalência. A afecção já foi denominada diabetes juvenil e acreditava-se que ocorresse predominantemente em pessoas com menos de 18 anos de idade. Entretanto, evidências mais recentes sugerem que o número de novos casos possa ser igual naqueles com mais e com menos de 30 anos de idade.

A suscetibilidade ao diabetes tipo 1 é herdada e um risco aumentado está associado a ser parente em primeiro grau de uma pessoa com um probando (caso índice) diabético. Entretanto, aproximadamente 85% de novos casos não revelam tal linhagem familiar. A principal região genética associada à predisposição à doença é uma região que codifica genes para antígenos leucocitários humanos (HLAs) altamente polimórficos. Entretanto, quase 20 outros loci foram propostos como loci que contribuem para 50% a 70% da suscetibilidade genética total.

Várias linhas de evidências corroboram a teoria de que o diabetes tipo 1 tem uma natureza auto-imune. Entre as evidências estão a associação com o HLA acima mencionada, a presença de um inflitrado linfocítico dentro das células de ilhota pancreática (ie, insulite) e a expressão de auto-anticorpos reativos à ilhota. Embora em tempos passados já tenha sido considerado uma doença que se desenvolve agudamente, sabe-se hoje que a história natural do diabetes tipo 1 é a de um processo auto-imune crônico. Na maioria dos pacientes, a doença existe durante meses a anos numa fase pré-clínica, assintomática. Muitos avanços em nosso conhecimento da patogênese do diabetes tipo 1 derivam de investigações de dois modelos animais espontâneos para a doença (ie, ratos BioBreeding e camundongos diabéticos não-obesos).

Embora ainda não se saiba ao certo qual componente ou mecanismo do sistema imune desempenha o papel principal na destruição de células b, a maioria dos estudos aponta para o sistema imune celular como aquele que representa um papel central. Além do mais, vários defeitos inter-relacionados podem constituir a base da incapacidade de formar uma tolerância a auto-antígenos que resulta no diabetes tipo 1. Um grande número de antígenos de célula de ilhota foi associado ao diabetes tipo 1. Sua identificação bioquímica levou a melhores marcadores para predizer casos futuros e forneceu o potencial para elaborar terapias antígeno-específicas voltadas para a prevenção. Inúmeros estudos intervencionais foram direcionados para pacientes com diabetes tipo 1 de início recente (predominantemente envolvendo imunossupressão), com graus decepcionantes de sucesso em termos de reversão da doença. Foram obtidos progressos na capacidade de predizer futuros casos de diabetes tipo 1 e de avaliar a atividade metabólica. Portanto, os ensaios clínicos mais recentes buscam usar alternativas como a nicotinamida e a insulina, que são bem menos propensas a apresentar efeitos colaterais sérios como os de agentes imunossupressores, oferecendo desta maneira um meio seguro e efetivo de prevenção da doença.

 

>> Descrição Clínica  
>> Epidemiologia  
>> Genética  
>> Patologia  
>> Rumos Futuros  
>> Referências