Capitulo1
Capitulo2
Capitulo3
Capitulo4
Capitulo5
Capitulo6
Capitulo7
Capitulo8
Capitulo2
Capitulo3
Capitulo11
Capitulo12
Capitulo13
Capitulo14
Capitulo15
Capitulo16
Capitulo17

Diabetes tipo 2 é uma doença crônica caracterizada por resistência à insulina, comprometimento da secreção de insulina e hiperglicemia. As complicações de longo prazo da retinopatia, nefropatia, neuropatia e aterosclerose acelerada diabéticas levam a uma morbidade significativa na forma de cegueira prevenível, doença renal em estágio final, amputações de membro e doença cardiovascular prematura [1]. Os diabéticos sofrem por causa da morbidade de suas complicações microvasculares e a maioria deles acaba morrendo de complicações da doença arterial coronariana macrovascular.

Uma característica fisiopatológica distintiva do diabetes tipo 2 é a resistência à insulina, que tem componentes genéticos e adquiridos [2]. A intolerância à glicose e a hiperglicemia sobrevêm somente quando a célula b pancreática é incapaz de manter uma hiperinsulinemia compensatória para superar a resistência tissular à ação da insulina [3]. Além de apresentar hiperglicemia e resistência à insulina, quase 80% dos diabéticos são obesos e têm uma série de outras anormalidades metabólicas, entre elas a dislipidemia (níveis aumentados de partículas pequenas e densas de colesterol de lipoproteína de baixa densidade, diminuídos de colesterol de lipoproteína de alta densidade e elevados de triglicérides), hipertensão e anormalidades de coagulação e do sistema fibrinolítico. Este grupamento de anormalidades metabólicas, que foi denominado síndrome de resistência à insulina [4] ou síndrome cardiovascular dismetabólica, está associado a uma maior incidência de morbidade e mortalidade cardiovascular [5]. A principal causa de lesão tissular no diabetes é a doença vascular na micro e macrovasculatura [6,7]. Quatro mecanismos moleculares principais foram implicados na lesão vascular mediada pela glicose. São eles o fluxo aumentado da via dos polióis, o fluxo aumentado através da via da hexosamina, a formação aumentada de diacilglicerol com a subseqüente ativação de isoformas específicas de proteína quinase C e a formação não-enzimática acelerada de produtos finais da glicosilação avançada. Evidências recentes parecem sugerir que cada um dos mecanismos acima é disparado por um único processo induzido pela hiperglicemia de super-produção de superóxido pela cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria [7]. O resultado líquido das alterações acima induzidas pela hiperglicemia no diabetes é a superprodução de espécies reativas de oxigênio potencialmente lesivas e a regulação para cima ('upregulation') de citocinas e fatores de crescimento tissular. Em pacientes com diabetes tipo 2 resistentes à insulina, além da hiperglicemia, a resistência à insulina também desempenha um papel importante na indução de anormalidades macrovasculares e de doença cardiovascular aterosclerótica [4,5].

O desenvolvimento de complicações do diabetes já não é inevitável. Resultados do estudo United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS) demonstram com clareza que um rígido controle da glicose e da pressão arterial em pacientes com diabetes tipo 2 previne o desenvolvimento e retarda a progressão de complicações microvasculares e possivelmente da doença macrovascular [8-10]. Além disto, os resultados do UKPDS e de outros estudos também mostraram que o tratamento dos fatores de risco concomitantes, como lípides e pressão arterial, e o uso de aspirina apresentam efeitos favoráveis sobre as complicações cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2 [11]. Entretanto, a última meta no tratamento do diabetes é a prevenção do diabetes. Resultados recentes do Diabetes Prevention Program mostraram que, com uma modificação intensa no estilo de vida, é possível retardar ou prevenir o início do diabetes tipo 2 em indivíduos de alto risco [12].

>> Complicações do Diabetes  
>> Retinopatia Diabética  
>> Nefropatia Diabética  
>> Neuropatia Diabética  
>> Doença do Pé Diabético  
>> Disfunção Sexual Masculina Diabética  
>> Doença Cardiovascular no Diabetes  
>> Implicações Econômicas das Complicações Diabéticas  
>> Rumos Futuros: Prevenção do Diabetes Tipo 2  
>> Referências